Via Algarviana

Percepções sobre o que se passa em comprar, vender e viver em Portugal

Via Algarviana cria novos produtos turísticos na serra

Empresas de animação turística e unidades de alojamento e restauração são apenas alguns dos negócios em perspectiva. Agências de viagem especializadas estão a associar-se ao projecto da Almargem e querem desenvolver pacotes alternativos de lazer e férias.

Já falta pouco para o Algarve dispor de mais um pacote turístico.

Desta a vez, a proposta está longe das habituais praias ou marinas e exigirá mesmo que se troque a toalha de praia pelas botas e bastões.

Para quem ainda não sabe, trata-se da Via Algarviana (VA), um percurso pedonal que atravessará todo o interior algarvio e ligará o Cabo de São Vicente a Alcoutim, ao longo de mais de 300 quilómetros.

A via, que irá trilhar nove concelhos e 21 freguesias do Algarve, deverá ser inaugurada no próximo mês de Março, mas a verdade é que o projecto já está a criar novas oportunidades de negócio.

Agências de viagem, operadores turísticos, associações locais e as próprias autarquias são apenas algumas das entidades que se aperceberam das potencialidades da nova rota e vêem-na como uma forma de captar novos públicos e levar gente até ao Algarve interior.

O projecto começou a ser pensado há mais de 10 anos, ainda em 1995, mas só no ano passado foi formalmente aprovado, o que parece ter sido determinante para que os privados começassem a arriscar.

João Ministro, dirigente da associação Almargem e responsável pela equipa da Via Algarviana, disse ao «barlavento» já existirem mesmo protocolos assinados com algumas agências de viagens que estão interessadas em promover determinados programas e percursos usando a VA.

A actividade turística ligada à hotelaria e pequenos alojamentos rurais também se tem revelado optimista, havendo já interessados na criação de pequenas unidades hoteleiras ou de campismos rurais, visto que um dos requisitos para a definição dos percursos foi a existência ou não de pontos de descanso e restauração.

«Estamos inclusivamente a ser apoiados por empresas da região, como é o caso das Caldas de Monchique e vamos estabelecer parcerias com hotéis em Alte, Silves, Alcoutim ou o grupo Pousadas de Portugal», revela o responsável da Almargem.

Na lista de beneficiários, podem incluir-se as várias melarias, as oficinas de artesanato ou as destilarias de medronho, um conjunto de pequenos negócios enraizados no interior e que têm condições para ser ampliados com a passagem desta via.

«Os próprios proprietários estão a aperceber-se disso, a avaliar pelo crescente número de contactos e pedidos de informação que têm chegado à Almargem cada vez que é feita uma referência ao projecto na imprensa», diz João Ministro.

O único «senão» será o rigor do Verão algarvio, normalmente sinónimo de temperaturas altas no interior – que frequentemente chegam aos 40 graus em Alcoutim –, o que reduzirá o fluxo de visitantes, mas pode ser oportunidade para outros negócios ligados ao turismo de natureza, como a orientação ou caminhada nocturna.

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